Sevillana #1
... E fez-se a luz em Sevilla! E foi na meia-noite de hoje, dia 23, no terreno que abriga as milhares de “casetas” que formam a grande Feria de Abril. Da varanda do oitavo andar pude ver El Alumbrao (o momento em que iluminam a portada e as ruas), e emocionar-me com ele. Em poucos segundos o terreno antes escuro se converteu em palco: danças, trajes, cavaleiros... Um grande espetáculo regado a reburritos – uma mescla estratégica de manzanilla e 7Up para prorrogar a borracheira.
As casetas são, basicamente, pequenas tendas privadas. Cada uma tem sua decoração, seu bar, sua música. E os convidados são amigos (ou amigos dos amigos) dos donos. E é nesse espaço estreito e comprido que a feria acontece. Foi numa dessas, na Sugerencia – sim, cada uma tem um nome diferente – que “aprendi” a dançar a sevillana número 1.
Primeira lição: conhecer a música. Segunda lição: me perdi neste ponto... Coordenar braços e pés só pode ser um dom divino. Suspeito que Deus seja sevillano!
Sevillana #2
Feria dia 2 – se é que é possível dividir o tempo em dias durante a Feria... Como algo natural, eles são simplesmente emendados. Não há noite ou dia, ou hora de comer ou hora de dormir; sempre é hora para o que se quer, seja isso uma dança ou uma tortilla.
O calor infernal pouco importa também. As mulheres, que por algum encanto cigano seguem impecáveis, desfilam trajes e cabelos. Agora as luzes têm que dividir espaço com as cores das saias! Caminhei feito uma louca na inútil tarefa de tentar, com um clique, captar a estética da coisa.
Não tem nada mais gracioso que uma garotinha de três anos, com seu leque e seus brincos amarelos, bailando graciosamente uma sevillana. Não tem nada mais engraçado que ver uma guiri (uma estrangeira, como eu) tentado, sem sucesso, terminar a música no tempo correto.
Onde estão meus genes espanhóis que não se manifestam???
Sevillana #3
O mais sevillano dos dias: tourada + traje flamenco + Feria. Sim, mais um dia de Feria! Mais um dia de sevillanas (e, por fim, de alguns acertos) e desta vez, como manda o figurino. Até a sevillana número 2 comecei a aprender! O espírito de festa faz milagres...
Outro milagre foi eu ter ido à tourada – tema para o qual reservarei as próximas linhas deste blog. A noite terminou com em grande estilo ao som de La Cucaracha, a pobre que já não tem as patas de trás.
Terceira lição: nem a chuva tira a disposição dos sevillanos!
Sevillana #4
Não poderia imaginar final mais inusitado para uma semana de Feria: um almoço mexicano ao som de música brasileira! Graças à disposição e ao talento culinário da Yenny, minha amiga de Cancun, nos deliciamos com quesadillas e burritos. !Gracias chica!
Quarta lição: A Loren me disse que para ser boa, a Feria precisa ser aproveitada em boa companhia. A teoria foi confirmada! Gracias a los amigos, y a los amigos de los amigos.
..............................................