20 de março de 2003. Invasão do Iraque. Bagdá caiu alguns dias depois, em 4 de abril. Depois de tanto tempo, tempo que poderia ser contado em baixas, já esquecemos de discutir em que circunstâncias uma guerra de agressão se tornou uma guerra "preventiva" - e o tempo passa mais, dificulta mais, esquece mais...
Numa aula de Direito Internacional, o professor levantou uma questão crucial para entender o jogo da guerra: alguns anos antes do fatídico discurso de Bush que terminou - como de praxe - com o "God bless America", e que determinou o início dos borbardeios, os Estados Unidos já finaciavam pesquisas no âmbito jurídico para que se consolidasse a doutrina da guerra preventiva. Era a legitimação necessária para não incorrem no erro de burlar o próprio sistema universalista que ajudaram a construir na ONU e no Conselho de Segurança.
Sim. Não esqueçamos que a ONU mesma nasceu dentro de um sistema de orientação bélica. Mesmo que a palavra não faça parte do vocabulário diplomático - que prefere termos como "paz" ou "manutenção da paz", seja que estado de espírito for esse -, o organismo se baseia na regulamentação da guerra. Legitimar ou não uma invasão?!
A guerra por agressão, que virou guerra preventiva, a conhecida guerra contra o terror é uma das tantas que o tempo parece querer cobrir.
Recomendo um especial multimídia preparado pela Reuters quando o conflito completou 5 anos.
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"Una vez conectados gracias a la nueva técnica, descubrimos que tenemos poco que decirnos." (R. Kapuscinski)
* Jerry Lampen, Reuters
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